Dois sonetos do 3º livro do Foutinho:
Crónica Rural
I Soneto
Ó crónica rural de contos fadados!...
Quantos poetas podem ter inspiração;
Há becos em fascínio de perdição,
Onde os poemas mais sublimes são forjados:
Há sonhos con encantos enamorados...
Descem águas a cantar em mansidão;
O vento ruge e afaga a solidão,
Actos de fé, são santuários consagrados:
Ò rosas puras do altar das divindades!...
As igrejas são em si abençoadas;
Os desertos são mitos sem amizades:
As flores são humildes e sempre amadas...
As paixões são sentidas em saudades;
São ciúme, são amor e são beijadas.
II Soneto
Ó noivas desde o véu à virgindade!...
Vós que deixais o vosso credo de criança;
Porfiaste no sonho duma aliança,
Matrimónio, sacramento e divindade:
Sentimento é sonhar intimidade...
Jurar amor é unir perseverança;
Bem-aventurado quem sentir a esperança,
Sois bem-vindas pela fé e dignidade:
Ó carro de cor azul celestial!...
Bem hajas em estrada alentejana;
Coche de noivas em promessa cordial:
Ó mancebo, capitão da caravana!...
Bizarria civicamente genial;
Heroísmo em prol da vida humana.
COMUNICAÇÃO
À velocidade, ao ritmo certo,
sem impaciência, sem quase querer
sequer atingir um fim... Nos estudamos
e conhecemos na ação
que não é sem relação:
e, quanto mais nos damos
a conhecer a nós próprios,
mais clareza e objectividade
na nossa comunicação!
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment