Monday, August 31, 2009

Dois sonetos do 3º livro do Foutinho:


Crónica Rural

I Soneto

Ó crónica rural de contos fadados!...
Quantos poetas podem ter inspiração;
Há becos em fascínio de perdição,
Onde os poemas mais sublimes são forjados:

Há sonhos con encantos enamorados...
Descem águas a cantar em mansidão;
O vento ruge e afaga a solidão,
Actos de fé, são santuários consagrados:

Ò rosas puras do altar das divindades!...
As igrejas são em si abençoadas;
Os desertos são mitos sem amizades:

As flores são humildes e sempre amadas...
As paixões são sentidas em saudades;
São ciúme, são amor e são beijadas.

II Soneto

Ó noivas desde o véu à virgindade!...
Vós que deixais o vosso credo de criança;
Porfiaste no sonho duma aliança,
Matrimónio, sacramento e divindade:

Sentimento é sonhar intimidade...
Jurar amor é unir perseverança;
Bem-aventurado quem sentir a esperança,
Sois bem-vindas pela fé e dignidade:

Ó carro de cor azul celestial!...
Bem hajas em estrada alentejana;
Coche de noivas em promessa cordial:

Ó mancebo, capitão da caravana!...
Bizarria civicamente genial;
Heroísmo em prol da vida humana.


COMUNICAÇÃO

À velocidade, ao ritmo certo,
sem impaciência, sem quase querer
sequer atingir um fim... Nos estudamos
e conhecemos na ação
que não é sem relação:
e, quanto mais nos damos
a conhecer a nós próprios,
mais clareza e objectividade
na nossa comunicação!

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