Wednesday, April 26, 2006

O TRIÂNGULO QUE POSSIBILITOU
A REALIZAÇÃO HISTÓRICA
DOS DESCOBRIMENTOS PORTUGUESES

“Diz o nosso amigo Paulo Vallada, na sua obra A Utopia Viável (226), que fundamenta o seu pensamento em trilogias porque a primeira figura geométrica estável é o triângulo: «é uma figura indestrutível» (227). Esta ideia das tríades e das trilogias é universal e teve uma expressão acentuada na cultura céltica, onde tudo era visto numa perspectiva tripla.

A visão tripla da Natureza tende a transcender a dualidade e harmonizar todos os elementos naturais. No triângulo hindu das três gunas temos na base rajas ( o pólo positivo da Natureza; a acção) e tamas ( o pólo negativo; a inacção, a conservação), elementos (correspondem ao yin-yang chinês) que tendem a entrar em conflito, mas no topo do triângulo está satwa (corresponde ao tao chinês) que os harmoniza. A Natureza parece querer transmitir-nos que existe uma terceira via que transcende a dualidade, uma coincidentia oppositorum que integra e harmoniza os opostos. A lógica do terceiro incluído proposta por alguns cientistas actuais, entre os quais Basarab Nicolescu (228), assenta nesta visão triangular.

Na linha deste pensamento que parece estruturar a própria Natureza, consideramos que a realização do Projecto dos Descobrimentos Portugueses ( que nos colocou no centro da História, diria eu) foi possível graças à conjugação de três factores que se complementaram entre si, constituindo um todo:

A – CORAGEM. Foi grande a heroicidade que os portugueses demonstraram, quer a combater tropas inimigas muito mais numerosas, quer a enfrentar as adversidades nos mares desconhecidos. Para além da bravura guerreira e da resistência face às adversidades, houve um espírito de aventura que se apossou de muitos portugueses e que ultrapassa toda a forma de entendimento.
Por derivação etimológica e fonética ( cor agem ) poderemos considerar que a coragem significa agir com o coração – cor significa «coração» em latim e agere «impelir, fazer avançar, agir».

B – MÍSTICA – A carga mística foi muito forte no primeiro século dos Descobrimentos Portugueses. O Culto do Espírito Santo, o cristianismo português, a Demanda do Graal e do Preste João e as navegações míticas deram ao Projecto a intensidade espiritual necessária para uma aventura de tão grande dimensão.

C – CIÊNCIA – É a pedra de toque dos Descobrimentos Portugueses. Foi o método organizativo, aliado a um pensamento de cariz científico, que deu uma dimensão genial à epopeia lusíada. Mística e coragem encontramo-la em toda a Idade Média europeia, mas dificilmente encontramos um pensamento de cariz científico. No entanto, sem os outros dois lados do triângulo não teria sido possível concretizar o Projecto.

( Segue-se um triângulo equilátero: num dos vértices da base está a Ciência e no outro a Mística; a Coragem, equilibradora, está no vértice superior)”

In: “Dos Templários À Nova Demanda Do Graal”, de Paulo Alexandre Loução, da Ésquilo.

Comentário:

A história, pessoal, familiar, regional, dos países, do mundo, do universo, recente e milenar é, a vários títulos, p.e., por encontrarmos sempre alguma pessoa/coisa boa e grande no passado mesmo do mais humilde, e, para corrigirmos erros presentes, muito importante. Neste sentido, como Portugueses, convém termos sempre presente que já fomos grandes, muito grandes mesmo.
Também a filosofia, as ciências, a parapsicologia, a ética, a religião, etc. são deveras importantes, nomeadamente por nos ajudarem a descobrir a verdade, sobre Deus, o Universo e nós próprios. O mesmo para a política.
Está Portugal numa crise, parece-me, em parte porque muitos quereremos ser ricos e ter poder, alguns não olhando a meios para tal, mas, poucos poremos a riqueza, os conhecimentos e o poder ao serviço de Portugal, de Deus e do Mundo. Mas, não será só por isso: não será também por o Governo e Oposição de Portugal darem tão pouca importância às novas Descobertas, agora cada vez mais em todo o Sistema Solar, e, por os novos descobridores desprezarem os antigos?



No comments: