Tuesday, April 18, 2006


Brian Weiss (1)

A CONCLUSÃO

A constatação do surpreendente fenómeno da regressão a vidas passadas foi de tal forma evidente e irrefutável que o psiquiatra Brian Weiss passou a admitir e a não ter dúvidas sobre a realidade de uma série de questões associadas, tais como a sobre­vivência do espírito após a morte, a existência de vidas passadas, a reencarnação, o karma, os mestres espirituais, etc..
Brian Weiss fala sobre todos estes assuntos numa excelente entrevista feita por Ana Vieira de Castro, da revista Xis, e que resume bem todas as conclusões a que chegou no decurso das suas investigações sobre estas matérias, pelo que passamos a citar, parcialmente, essa entrevista:

KARMA É APRENDIZAGEM

Há quem se refira ao karma, nosso destino pessoal, como um castigo.
Para mim o karma não é castigo, mas sim o conceito de que colhemos o que plantamos. Tudo o que fazemos tem uma consequência, e volta para nós, e disso não podemos fugir. Mas não é um casti­go, é sobretudo uma lição. São essas lições que, aqui, neste mundo, nos ensinam a compaixão, o amor e a caridade. Ser pobre, por exemplo, pode ou não ser um karma. Nas pesquisas que tenho levado a cabo nos últimos 25 anos, vejo que todos nós, ricos ou pobres, de todas as raças, nacionalidades e reli­giões, devemos aprender de todas as formas, em todas as áreas. Por isso, às vezes vivemos uma vida de pobreza para conhecer a sensação de não ter segurança em termos materiais, sem garantias,
sem dinheiro, sem casa, sem comida. Assim, em vi­
das futuras, quando formos ricos, podemos realmente sentir compaixão e ajudar os que nada possuem,
podemos vir a ser mais compreensivos. São lições de compaixão, de caridade e de amor. Com a questão do poder é a mesma coisa. Por vezes vivemos vidas em que somos poderosos, e noutras não temos poder algum, porque devemos aprender que somos todos iguais.

Estas comprovações são consequências do que tem investigado, nas suas consultas de psiquiatria?
Sim, exactamente. Cada vez que faço uma re­gressão com uma pessoa, em relação ao seu passado, ou uma progressão, em que lhe sugiro olhar o futuro, no fim da sessão, quando ainda se encontra profundamente relaxada, pergunto-lhe: "O que apren­deu? Quais foram as lições dessa vida? Qual é a li­gação com o presente? Como é que compreende e integra estas mensagens na sua vida actual?". E ela mostra-me como aprendeu a estar numa situação com mais amor, com mais compaixão, com mais com­preensão. E é este o objectivo de todas estas lições.

É essa a lição final?
A lição final tem a ver com amor, em todas as
suas formas e manifestações, porque estamos todos ligados uns aos outros, todos somos um só. Havendo comportamentos que vão contra o amor, como a vio­lência, o preconceito, o ódio, a impaciência, o medo, devemos aprender a ultrapassá-los. Quando nos li­vramos dessas características negativas, por detrás, encontramos sempre a compaixão e o amor. Essa é a nossa verdadeira natureza. E temos que aprender isto para podermos evoluir nas nossas lições. Este é o conceito do karma. São lições que temos de apren­der em relação ao nosso passado, e que temos de ultrapassar. Se fomos muito violentos, temos de aprender as consequências da violência. Se fomos muito avarentos, se não partilhámos a nossa riqueza e não tivemos compaixão nem generosidade, teremos de sofrer as consequências e aprender com elas, por­que talvez possamos vir a precisar de ajuda e não a ter. Graças a essa aprendizagem, numa vida futura teremos mais compaixão e compreensão, partilha­remos mais, e tudo isto são diferentes manifestações do amor.

DESTINO E LiVRE ARBíTRIO

Tem-se a impressão de que há pessoas que parecem aprender muito pouco.
No fim de cada vida há um balanço, e não sou só eu que o digo. Amigos meus e colegas que fazem este tipo de trabalho confirmam-no com pessoas que experimentam a morte e voltam à vida, e que fazem um balanço do que aprenderam. Mas também é im­portante perceber que cada pessoa tem livre arbítrio. Na Terra, que é uma espécie de escola, existe o desti­no, alguns acontecimentos importantes têm de acon­tecer, faz parte da nossa lição, do nosso caminho. Mas também temos livre arbítrio nas decisões que tomamos, e é esta a nossa forma de aprender. No contexto da eternidade e das muitas, muitas vidas que vamos vivendo, não há pressa, depende de nós a velocidade a que queremos aprender...

Temos todo o tempo do mundo.
Exactamente, temos todo o tempo da eternida­de para aprender estas lições. A questão é que não sofreremos tanto se as aprendermos mais depressa. Isso acelera o nosso crescimento, a nossa compreen­são, a nossa vibração, a nossa energia, e por isso este conceito de livre vontade também é muito impor­tante. O livre arbítrio e o destino estão ligados. Por exemplo, podemos estar destinados a conhecer uma pessoa muito importante nesta vida, para trabalhar­mos juntos em objectivos mútuos. Mas o que decidi­mos fazer depois de a conhecer, se ficamos juntos ou não, se discutimos, se trabalhamos juntos, se ca­samos ou não com ela, no caso de ser uma relação romântica, tudo isto são decisões tomadas de livre vontade, e é assim que aprendemos aqui.

BALANÇO DE VIDA

Há pessoas que parecem regredir no fim da vida, em termos de amor, abertura e compreensão.
Sim, pode-se andar para trás. É muito interes­sante porque, quando temos acesso, através da re­gressão por hipnose, ao estado entre vidas, especial­mente logo a seguir à morte do corpo físico, o balanço da vida é feito num contexto de um grupo de outras almas, ou espíritos, ou Deus, o que lhe queira chamar, que amam e não julgam. É este o nosso balanço de vida. Já ouvi isto centenas, milhares de vezes, atra­vés dos testemunhos dos meus pacientes. Há quem lhes chame anjos, mestres ou guias a estes espiritos. E depois avaliamos tudo o que fizemos na vida, não só o que aprendemos mas como tratámos as pes­soas, como agimos, como nos comportámos, se ma­goámos uma certa pessoa, se a ajudámos, e tudo é magnificado.

Amplificado?
Sim, torna-se maior, com mais pormenores,
com mais emoções, com mais sentimentos. Por exemplo, se fizemos mal a alguém, sentimos a dor dessa pessoa magnificada muitas vezes, o seu sofri­mento, a sua raiva, e também o sofrimento que causá­mos aos seus familiares, aos seus amigos e a outros. Temos de passar por isso como se estivesse a aconte­cer-nos a nós, mas pior. E por outro lado, teremos a oportunidade de sentir a gratidão de cada pessoa que ajudámos, o seu amor, a sua estima, que voltam para nós magnificados muitas vezes. É uma forma muito poderosa de aprender lições, não para castigar mas para aprender. Mesmo que não as tenhamos aprendi­do durante a vida física, aprendemos logo a seguir.

O período entre vidas é muito importante, então.
É muito importante, é o balanço, a aprendiza­gem, a consolidação, e depois voltamos aqui se ainda tivermos lições para aprender, e a maior parte de nós tem. Não nos costumamos lembrar das nossas vidas anteriores, mas aprendemos a lição. Se o fazemos apenas para evitar o castigo, isso não significa apren­der verdadeiramente. Mas mesmo que não repitamos o erro, o que é melhor do que nada, temos de integrar a lição mais profundamente na nossa natureza. Por isso, este período do balanço da vida é muito impor­tante.
(continua)



(1)Brian Weiss. Psiquiatra norte-americano. licenciado em medicina e especializado em psiquiatria

Fonte:
Espiral - Centro Natural
Praça Ilha de Faial, 14 "A/B e 13.C (Jardim Cesârio Verde, à Estefãnial-1000-168 Lisboa - T. 21.3553990. F. 21-355 39 99
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