O medo é a causa de muita desgraça e sofrimento.Talvez sim ou talvez não o medo de grandes perigos se justifique: afinal, o maior dos perigos é a morte, e, não se justifica, já vimos, em absoluto, termos medo dela.
Agora, a origem, uma das essências do medo, é o desejo de estarmos sempre seguros,certo? Entretanto, na vida e nos Vivos tudo é insegurança e impermanência, e, a grande segurança é com a compreensão disto, que é a verdade, a realidade,o que é, e não pelo desejo e luta pela segurança.
E, fugir do medo ( e quantas actividades disto e daquilo, até como pintar, ler, rezar, falar de deus, escrever, cantar, e identificações com isto e com aquilo, como nação, família, ideologia...não são fugas ao medo...)só aumenta o medo, claro. Como podia ser de outro modo?
Entretanto, e em contacto com a coisa/pessoa/ser observada enquanto medo, quando a mente já não foge pela palavra ou atividade (isto aplica-se também, p.e., à dor psicológica, e, eventualmente física), não cessa a divisão entre nós e a coisa observada enquanto medo? Seguramente que cessa. E, a própria mente, nervos e todo o corpo deixam de ter medo.
E, cessando toda a divisão cessa não só o medo como toda a competição, ambição e destruição/morte.
De modo que, o urgente não é como ficarmos livres do medo, mas, compreendermos/conhecermos o medo, o que só pode acontecer ao entrarmos em contacto profundo e total com ele e com o/quem o personifica, como a fome, a sede ou quem nos ameaça com a perda do emprego, do filho(a), do marido, da mulher, dos pais, da casa, da terra, da vitória...
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