Sunday, July 31, 2005


D. Afonso Henriques
Não deve ser por acaso que o nome do primeiro rei de Portugal comece por um A, como Artur, por exemplo, que, segundo uma interpretação das letras do alfabeto significa campeão, paradoxo, divino no humano, vigilância.Segundo Luís de Azevedo ( in “Mistérios Iniciáticos do Rei do Mundo”, de Vítor Manuel Adrião, pág. 42 ), D. Henrique terá deixado Portugal ao filho Afonso, à guisa de testamento, com as seguintes palavras: “ Filho, toma esforço no meu coração; toda a terra que eu deixo… não percas dela coisa nenhuma, que eu a tomei com muito trabalho… sê semelhante a mim, e sê companheiro fidalgo ( mantendo a linhagem original e sendo um justo e perfeito cavaleiro…) e dá-lhes a todos os seus direitos, aos concelhos…). Parece também que Afonso Henriques era conhecido entre os árabes como “El Rique”, ou “Anrique”, isto é: “ O Terrível”.Por outro lado, segundo Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln, in pág. 339 de: “ O Santo Graal e a Linhagem Sagrada “: « Se a nossa hipótese estiver correcta, o cálice sagrado (Santo Graal) representava simultaneamente pelo menos duas coisas. Por um lado ele teria a linhagem sanguínea e os descendentes de Jesus – o “sang raal”, ou “sangue real”, do qual os templários foram nomeados guardiães… “. Descendentes de Jesus que se teriam cruzado com os Lorraine, de França, por sinal vizinhos dos Borgonheses, originando os reis Merovíngios, Clóvis o mais conhecido.Por outro lado ainda, a origem de Fátima remonta também a Afonso Henriques. Pois, a Gonçalo Hermingues, casado com a moura ou árabe Fátima, filha do Vali de Salácia, que passou a usar também o nome de Oureana, “Afonso Henriques fez oferta da cidade de Abdegas…e, nessa ocasião, a cidade mudou o nome, tomando o do novo nome da sua nova dona, Oureana, hoje Ourém.” Oureana morreu cedo e Gonçalo Hermingues foi para monge. E, terá sido Gonçalo Hermingues que fundou um mosteiro na Serra de Aires, para onde mandou trasladar o corpo da sua mulher Fátima, em volta do qual mosteiro nasceu a vila de Fátima. ( Págs. 47 e 48 do referido livro “Mistérios Iniciáticos do Rei do Mundo” )

Saturday, July 30, 2005

D. Teresa

D. Teresa, filha de Afonso VI, rei de Leão, um dos reinos ao lado da Galiza e norte de Portugal que com Castela e outros originou a Espanha. D. Teresa casou com o Conde D. Henrique, da Borgonha, França. Na região da Borgonha há aliás uma bela cidade ribeirinha, de nome Montargis, como existe em Portugal a vila de Montargil, no concelho de Ponte de Sôr, perto da qual, Montalvo, Herculano diz ter havido uma colónia de Francos.
Diz-se também que D. Henrique veio, com o primo Raimundo e com outros nobres Francos para Portugal a fim de ganhar fama e fortuna e de combater os Mouros. Mouros ou árabes que, como sabemos, trouxeram para a Península Ibérica conhecimentos de matemática (numeração que usamos ainda), de hidráulica agrícola (picota) e árvores de fruto (citrinos, damasqueiros, etc.), mas que, como os cristãos, aliás, pareciam ter uma dificuldade: não conseguir ser árabes nas terras árabes, e, cristãos nas terras cristãs. Problema infelizmente ainda hoje por vezes existente nestas e noutras paragens.
Parece pois ter saído a sorte grande a D. Henrique, que deve ter feito por isso, materializada em D. Teresa e no Condado que esta terá recebido de seu pai, D. Afonso VI, Portugal quase nascente.
D. Teresa, na pintura acima sem dúvida identificada com uma beleza feminina portuguesa e até ibérica, de Leão, hoje Espanha, mãe de Afonso Henriques, é pois Mãe de Portugal. E, faz portanto sentido, pelo menos em parte, considerarmos os Espanhóis como irmãos. Outra questão será Castela, que parece sempre ter querido dominar toda a Península…
Entretanto, apesar disto, que sentido pode fazer para Portugal a integração Europeia, sem a integração Ibérica?

Friday, July 29, 2005



F. PESSOA



VIRIATO
( de Fernando Pessoa)

Se a alma que sente e faz conhece
Só porque lembra o que esqueceu,
Vivemos, raça, porque houvesse
Memória em nós do instinto teu.

Nação porque reincarnaste,
Povo porque ressuscitou
Ou tu, ou o de que eras a haste;
Assim se Portugal formou.

Teu ser é como aquela fria
Luz que precede a madrugada,
E é já o ir a haver o dia
Na antemanhã, confuso nada.


Comentário:

O instinto de Viriato foi o da independência e resistência à opressão estrangeira. Como todos estaremos de acordo, não podemos combater o que vem de fora só por ser estrangeiro, nem deveremos ficar exagerado tempo no mesmo lugar. Apesar da relatividade das coisdas. Mas, se alguém vem com más intenções, sem ser para conviver e trocar justamente, como parecem ter vindo o romanos, que podemos fazer se não resistir? Há todavia quem esqueça a história. Mas, o esquecimento é inimigo da sabedoria e da força.

A reencarnação, de pessoas e países ( se há hoje uma grande globalização não parece haver ainda condições para um só país ), é outra verdade antiga que parece andar muito esquecida. De certa maneira reencarnamos, ainda em vida, nos filhos, sobrinhos, primos. Tendo sempre isto presente quase que não temos problemas com filhos e parentes, a não ser que os tenhamos connosco próprios!
Mas, que nos acontece após a morte? Após a morte só nos pode acontecer alguma semelhante com o despertar depois do sono, isto é, renascermosreencarnarmos mais revigorados, bebés mesmo, quer de netos, filhos, bisnetos ou outros familiares ou, talvez, para quem viveu repartido entre dois locais, noutra família.
Mesmo agora, que somos constituídos de espírito e matéria, embora viva, são eventualmente uns muito mais espirituais do que outros, e, nós próprios, mesmo no corpo, podemos ser bastante espirituais. É portanto natural que possamos existir sem o corpo, que possamos, quais espíritos puros/impuros reentrar no novo corpo fetal, como saímos do corpo da morte.
Todavia, não podemos esquecer que a bíblia hebraica fala do espírito dos ossos. Neste caso o espírito parece nunca se separar de alguma matéria, e, estará não só nos ossos ou cinzas de mortos, mas, no que de mais nobre e potente sai de nós: energia, sémen, óvulos, os quais, após uma série de transformações iriam entrar nos nossos futuros pais (corpo e espírito), do “lombo” dos quais, segundo a mesma bíblia, nós nascemos. Isto é, assim como o corpo com que morremos era “nosso”, aquele com que renascemos ou reencarnamos também já o é. O espírito, afinal, nunca abandonou o corpo…
Entretanto, a verdade é que isto pode ser tudo muito dinâmico, não fazendo por isso sentido falar, por exemplo, de “descanso eterno”, como será um contrasenso matarmo-nos a trabalhar. Do mesmo modo não faz sentido dizer que Deus é só espírito. Aliás, não sugerem todas As religiões que Deus se faz Homem?

Thursday, July 28, 2005

Fonte: “ História de Portugal", dirigida por Hermano Saraiva, Edições Alfa, 1983

OS LUSITANOS

Os Lusitanos centraram-se na região de Portugal conhecida hoje como Serra da Estrela. Mas, a sua acção estendeu-se a Sul até quase ao Algarve, onde habitavam os Cónios, a Norte até à Galiza, e, a Leste até territórios que são hoje de Espanha.
Viviam nos chamados castros ou citânias, aldeias situadas em lugares elevados, perto de linhas de água, construídas muitas vezes de casas redondas, com telhados de colmo. A citânea de Sanfins tinha, p.e., “… uma área superior a 15 hectares, e uma apreciável planta de estrutura regular com vários arruamentos e cerca de 160 construções … merecendo especial interesse o seu monumento destinado a banhos públicos… “ ( Pág. 133 de “ História de Portugal, dirigida por Hermano Saraiva, Edições Alfa, 1983”. Ficaram mais conhecidos, desde 147-139 a. C. pela resistência, armada, comandada por Viriato, que fizeram à invasão dos Romanos, o grande Império de então, vindos de Roma e da Itália.
VIRIATO
«Os Lusitanos carecendo ao princípio de um chefe apropriado, apresentaram­-se aos Romanos como fácil pre­sa na sua luta; mais tarde, quan­do tiveram Viriato por chefe, in­fligiram grandes reveses aos Ro­manos. Este era, por certo, um dos Lusitanos que viviam junto ao mar oceano e, sendo pastor desde criança, viveu habituado à vida na montanha [...J Acostu­mou-se a comer pouco, fazendo muitos exercícios, a dormir ape­nas o necessário e, resumindo ,inseparável das suas armas e mantendo lutas com feras e la­drões, tornou-se famoso entre o seu povo sendo eleito seu chefe [...J Saindo vitorioso nos comba­tes, fez-se admirar pelo seu valor e gozou também fama de exce­lente general ['..J Nunca se mos­trou como um bandido, mas co­mo um chefe, e lutou contra os Romanos, vencendo-os em mui­tas batalhas['..J» (Diodoro Siculo, Biblioteca Histórica, XXXIII, 1.)

In Pág. 153 de “ História de Portugal, dirigida por Hermano Saraiva, Edições Alfa, 1983