Wednesday, July 11, 2012


A PERGUNTA E A RESPOSTA
NO QUESITO DA PERÍCIA


Os quesitos destinados à perícia devem ser elaborados de tal modo que a resposta competente aos mesmos seja a mais adequada à decisão justa das questões jurídicas envolvidas na Ação, em tempo certo.

Quem pergunta ou afirma tem portanto não só de conhecer bem qual a matéria a ser derimida como tem de ter a certeza do justo objetivo a alcançar nos Autos.

Além do mais, o objetivo principal nunca pode ser perdido de vista. E, perguntas e respostas têm de ser claras e objetivas.

Ao advogado do culpado não compete provar a inocência deste, mas, evitar que a sentença não seja justa, apresentar atenuantes. Seus quesitos não podem pois consistir em lançar areia para atrasar o apuramento da verdade…

A perícia destina-se a clarear os pontos controvertidos, em que há dúvidas nos Autos. Nem pergunta nem resposta podem portanto ser dúbias nem apontar para lugar diferente dos objetivos das partes, havendo o perito de ser, além de competente, isento.

Advogados, partes, juízes e peritos criam os Autos e têm de se conduzir, todos, pelos Autos, pela Lei e por estudos científicos da ciência em causa devidamente comprovados.

Não é por muitas perguntas encadeadas insistindo no mesmo ponto que verdade e justiça vêm ao de cima, pelo contrário, tal comportamento leva frequentemente a mais confusão e cansaço. O importante é fazer as perguntas certas e necessárias, com objetividade, embora não desligadas entre si, claro. Isto é: qualidade e quantidade.

Qualidade, nomeadamente na língua, na metodologia, no sentido, na ciência, na deontologia, nos cálculos. Trabalhando em grupo, se necessário.

Ninguém é obrigado a saber tudo, vida sendo relação. Pior do que não saber perguntar/responder, é não pedir ajuda, retribuindo, a quem sabe.

Resumindo: o processo judicial não é guerra, muito menos para se ganhar sempre, mas, solução de conflitos.

Na formulação dos quesitos nos autos o profissional de direito não se deve apartar da linha justa e clara das indagações, socorrendo-se do perito sempre que necessário.

O perito tem de conhecer/pesquisar muito bem a matéria, o processo e as partes, nunca respondendo aos quesitos debaixo da poeira  que mesquinhamente possa ser atirada para os Autos.

O perito não pode deixar-se conduzir por perguntas que, ou não levam a lado nenhum ou conduzem ao erro e à injustiça. Nem ficar satisfeito com quesitos de pouca qualidade.


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