RESTAURAÇÃO
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Fernando, o Formoso,
No-lo deu, o Concelho
De Montargil, já velho
De anos, ‘ té glorioso.
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Era p’ ra ser eterno;
Mouzinho e a Ponte
De Sôr o ArgilMonte
Roubaram, até terno.
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Não é impunemente
Que se rouba e Deus
Se contraria. Meus
Votos são que em mente
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Tenhas, oh Montargil:
‘ inda és Freguesia;
Unos na poesia
Valemos bem dez mil!!
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Poder há que usar
Para ser exemplar,
P’ ra tudo restaurar,
‘ té p’ ra ladrões amar.
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E tu, bela Lisboa:
P ‘ra que nada te doa
A MonteArgil vai, doa
Dinheiro, obra boa.
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E tu, lá de S. Bento,
Tem também bom intento,
Vê se ganhas alento,
Deixa de ser tão lento!
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Deixa de ser tão fraco,
Deixa de enganar.
Onde irás parar?
Não te matará naco?
DOUTOR MORTE
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Para muitos semeei;
E, num lado semeamos,
Para que nesse colhamos
E, noutro. Também amei.
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Aos doentes as bananas
Se dão: doentes estamos
Todos; mas nós melhoramos
Tu também, se não enganas.
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O animal não tem alma?
Mas, há animais melhores
Do que pessoas! Que melhores,
Que vejas tudo com calma.
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Um doutor há na Suiça
Morte: ajuda doentes
Incuráveis, com ingentes
Sofreres, a morrer. Chiça!
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Ajudem é a viver;
Digam para não fazer
Mal a nenhum ser e ter
Amor ‘té por ele, o Morrer!
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